1 de fevereiro de 2018
By Bruna Collaço
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Introdução
Eu tenho um carinho muito especial por esse método de introdução alimentar e pedi que uma amiga enfermeira e mãe redigisse esse artigo, pois sei que ela tem total expertise no assunto, apresento-lhes a Mirian Nordon mãe do Benjamin.
BLW você sabe o que realmente é?
Meu bebê nunca comeu papinha!
Se você tem um bebê que está começando a comer, provavelmente já ouviu falar sobre o BLW, o método que não utiliza papinhas para bebê. Mas, você sabe o que o BLW realmente significa?
BLW, Baby Lead Weaning, traduzido de forma literal, quer dizer desmame guiado pelo bebê. Essa abordagem foi descrita por uma enfermeira inglesa em um livro de mesmo nome. Desmame guiado pelo bebê é muito mais do que só oferecer comidas em pedaços! Os alimentos são oferecidos dessa forma para facilitar para o bebê no início da introdução alimentar. Assim que o bebê vai adquirindo habilidades, os alimentos são oferecidos de diversas formas. BLW é uma forma bastante intuitiva de introdução alimentar. Todo bebê, exceto aqueles que possuem alguma doença ou atraso grande de desenvolvimento, sabe quando tem fome e quando está saciado. Isso acontece durante a amamentação exclusiva. Para quem faz o BLW, essa forma primitiva é respeitada. O bebê aprende observando os pais à mesa, como comer e vai aos poucos descobrindo cada alimento, além de lenta e gradativamente substituir o leite materno ou a fórmula pela comida! O papel dos pais nessa abordagem é de facilitadores, preparando alimentos diversos em consistência e formato adequado para cada fase.
A Curiosidade e o Desenvolvimento
Os bebês naturalmente são curiosos e por volta dos 6 meses de idade, quando já se sentam sozinhos, começam a pegar os alimentos e levar para a boca. O intuito não é que o bebê se alimente efetivamente nessa fase. O intuito é que ele descubra os alimentos e vá aprendendo a se “auto” alimentar. Até 1 ano de idade, o que realmente alimenta o bebê ainda é o leite materno ou a fórmula para os bebês que não amamentam. Nesta época, a comida é complementar ao aleitamento. Somente após 1 ano a criança passa a comer mais e tomar menos leite. Assim, a preocupação de quem faz BLW não é com a quantidade de alimentos ingeridos, mas sim com o aprendizado do bebê durante essa fase. Entretanto, a maioria dos bebês percebe que o alimento sacia a fome por volta dos 7, 8 meses.
Eu tenho um bebê de 1 ano e 10 meses que fez a IA pelo BLW, e eu não conseguia enxergar outra forma tão respeitosa com a autonomia do bebê. O Benjamin participa das nossas refeições na mesa antes mesmo dos 6 meses. Todos em casa comemos as mesmas comidas, com pequenas adaptações, como por exemplo: até 1 ano nada de sal, apenas temperos naturais.
Apesar de o Benjamin ter comido desde o começo, acho que ele percebeu que a comida matava a fome somente perto dos 8 meses. No começo ele mamava muito antes, durante e após cada refeição. Aos poucos, foi diminuindo as mamadas. Tudo de forma muito natural e respeitando o tempo dele!
E o risco de engasgar?
Uma das perguntas que mais me fazem é sobre o risco de engasgo. O risco existe sim, porém, estudos já mostraram que não são maiores dos que naqueles que comem papinha. Aliás, existem indícios de que são até menores, pois é mais fácil um alimento menor obstruir vias áreas do que um maior, já que a criança na IA ainda tem um reflexo protetor, e, quando o alimento é muito grande para ser engolido, este reflexo os protege, “devolvendo” o alimento! Este é o famoso gag!
Entretanto, algumas regras de segurança são essenciais para quem vai praticar essa abordagem, como por exemplo: a criança nunca, em hipótese alguma, poderá ficar desacompanhada; nunca se deve colocar um alimento grande na boca do bebê, pois ele precisa colocar sozinho para ter controle; os pais e cuidadores precisam saber fazer a manobra de desengasgo; e alimentos de risco devem ser evitados ou apresentados de forma segura.
Um exemplo de alimento de risco que deve ser evitado é a pipoca, que só deve ser oferecida para crianças maiores de 4 anos. Alimentos ovais precisam ser cortados na longitudinal. Fora isso, os alimentos são apresentados de forma que facilitem a pega da criança, observando cada fase do seu desenvolvimento.
Outro questionamento é quanto a sujeira. Nós aprendemos a lidar com ela e nos divertimos muitas vezes. No começo o Benjamin saía do cadeirão direto para o banho. Aos poucos, conforme o controle motor foi melhorando, a bagunça ficou super controlável!
Na prática, de benefícios por ter aplicado essa abordagem, nós percebemos um bebê que participa ativamente das refeições, inclusive já ajuda com alguns preparos simples, monta seu próprio prato, gosta de estar à mesa conosco, come com prazer, sabe bem o que gosta ou não gosta, sabe usar os talheres e nunca precisamos utilizar de recursos como “galinha pintadinha”, ou “aviãozinho”.
O BLW me ajudou a controlar a ansiedade sobre o quanto ele come e a enxergar o quanto ele aprendeu em cada refeição!!
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